NELSON SILVA SOUSA

 

   

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Instalação “Mirror In The Wall”

Do ensaio foram seleccionadas 8 fotografias, às quais se juntaram 3 exteriores ao mesmo, necessárias para completar o sentido da frase visual que constituiu o corpo da instalação realizada no próprio Museu em Setembro de 2008. Uma frase textual, justaposta ao longo da sequência fotográfica, jogava com esta tanto para explicitar e reforçar os seus conceitos, como a sua acção interpelativa.

Cada fotografia media 125 por 135cm, tamanho necessário para se aproximar do dos relógio e mostradores (de nível dos depósitos de água), que constituíram o início (espacial e conceptual) da frase visual.

Esses mostradores, centralmente situados no espaço de concretização da instalação induziram todo o sentido desta, despoletando a intuição, em simultâneo, para a definição da sua estrutura e conteúdo semântico, e para a alegoria do espelho, materializado na parede; conduziu ainda à escolha de imagens, de entre as já realizadas, que traduziam, de forma linear e condensada, as acepções ecologistas e comportamentais que essa alegoria extraía da percepção visual desenvolvida naquele espaço.

Reproduzidas num tamanho semelhante ao dos objectos originais, estas 3 fotografias seriam colocadas de forma a continuar a sequência linear desses mostradores, mas por ordem inversa à dos mesmos, criando assim o efeito de espelho e constituindo a génese da frase que o conjunto das imagens desenvolvia.

A própria parede de suporte desta sequência (que também pode assumir o sentido de metonímia para o edifício/instituição/função de que faz parte) é instituída como espelho, com sentido reforçado pela tradução simbólica usual da nossa obstinação cega pelo abismo, da insistência teimosa e obsessiva por práticas, princípios ou imposições de vontades, interesses ou egos pessoais ou grupais, que vão desde o simplesmente duvidoso até ao absolutamente hediondo ou destrutivo - as práticas individuais ou socialmente instituídas vistas como voluntaria e continuadamente “dar com a cabeça na parede”!

As imagens traduzem a percepção pessoal do espaço e contêm elementos de declaração ecologista, contaminados por ressonâncias da constatação da própria natureza humana e das suas prioridades.

As evidências da passagem do tempo, e seus efeitos implícitos, na parede/edifício (que a câmara fotográfica não pode recusar), indício de um abandono (interpretado na descontinuação da manutenção funcional do local) de certos princípios ambientalistas para o transporte urbano, reforçam o anteriormente expresso na direcção do abandono dos paradigmas de pensamento de um bem colectivo, em favorecimento dos impulsos de imposição e supremacia individuais. No mesmo sentido, a frase textual explicita a intenção do conjunto e procura um estímulo acrescido à reflexão sobre os nossos princípios de acção e motivações -das pessoas em geral, dos artistas, dos fotógrafos, de cada um de nós.

Os nomes das imagens individuais, por ordem de sequência: “indicador 2”, “tempo”, “indicador 1”, “clorofila”, “conhecimentos”, “fechado”, “mecanismos”, “no vazio”, “malga”, “vestígios”, “caricatura”.